COMPÓS e Coordenador de Área denunciam fechamento de Programa de Mestrado da Faculdade Cásper Líbero

A COMPÓS – Associação Nacional de Programas de Pós-graduação em Comunicação e a Coordenação de Área Comunicação e Informação vêm a público denunciar mais uma ação de fechamento de curso de pós-graduação. Desta feita, é a Fundação Cásper Líbero, que de maneira unilateral, sem se abrir ao diálogo, resolve encerrar as atividades do Programa de Mestrado, buscando transferir os alunos(as) para outras instituições privadas e demitindo professores(as).

É importante salientar que a decisão da Fundação Cásper Líbero em transferir os alunos está calcada em interpretação da brecha na legislação, oportunizada pela portaria n. 201/2022, da Capes, com a figura da “transferência assistida”.

Deixamos aqui nosso repúdio a tal decisão. Manifestamos nossa solidariedade para com alunos(as) e professores(as). Reivindicamos que se viabilize diálogo para solucionar a situação dos envolvidos.

O quadro que enfrentamos na pós-graduação é bastante grave. Nos últimos anos, nossa área, teve o fechamento quatro programas – mestrado profissional em Jornalismo do FIAM-FAAM e da ESPM, mestrado e doutorado acadêmicos em Ciências da Comunicação da Unisinos e, agora, o mestrado da Cásper Líbero. Também enfrentamos demissões e reestruturação de programa, como no caso do mestrado e do doutorado em Comunicação na Universidade Metodista.

A característica de todas as entidades é de perfil privado e privado confessional. A motivação dos fechamentos e demissões sempre está vinculada à lucratividade que os cursos deixaram de trazer às instituições privadas de ensino. Problema já apontado ao longo dos anos, pois essas organizações estão no mercado e oscilam conforme os interesses dele. A educação e a pesquisa como ‘produtos’ são elementos secundarizados a depender do ‘sucesso’ de ‘venda da mercadoria’. Nesse quadro, é temerário que o dinheiro público ajude a financiar essas instituições, pois não há respeito aos alunos e aos professores quando aparecem os sinais de crise. É ainda mais grave, quando percebemos que entidade de gestão governamental, como o Conselho Nacional de Educação, está composto em quase sua maioria por representantes do setor privado ou por seus interlocutores.

No mais, estamos em pleno momento de elaboração do novo Plano Nacional de Pós-graduação e pouca ou nenhuma transparência vem sendo dada para que as associações científicas e os pesquisadores participem do andamento de sua elaboração, quadro de objetivos e metas para os próximos dez anos.

Reivindicamos:

– Abertura de diálogo com a Cásper Líbero sobre a situação de professores(as) e alunos(as);

–  Posição clara da CAPES sobre a situação dos Programas fechados e da situação dos envolvidos;

– Abertura à comunidade científica dos encaminhamentos para o Plano Nacional de Pós-graduação.

DIRETORIA DA COMPÓS

Coordenação de área da Comunicação e Informação na Capes.